IMAGINAR NEWSLETTER: Como barrar a INOVAÇÃO na empresa?
Imagine que a sua tarefa fosse projetar uma empresa que barrasse todo e qualquer tipo de INOVAÇÃO, desencorajando qualquer tipo de iniciativa que pudesse levar a uma transformação inovadora. Já imaginou o tipo de empresa? Como seriam os processos, valores e os recursos nesta empresa?
Pois é, foi nessa viagem imaginativa que resolvi simular quais seriam as principais iniciativas e prioridades desta empresa fictícia. Veja se alguns… ou todos os itens fariam parte da sua escolha….
1 – Ter uma estratégia focada no modelo de negócio atual e com muita ênfase nos produtos e soluções atuais
2 – Foco excessivo no curto prazo desprezando o futuro
3 – Colocar foco excessivo em produtos em detrimento do foco no consumidor
4 – Colocar o planejamento estratégico como ferramenta central da estratégia
5 – KPI’s por departamento focado em resultado a curto prazo
6 – Reforçar a cultura de silos funcionais com baixo nível de colaboração entre departamentos
7 – Reduzir o orçamento para projetos de risco e aumentar o orçamento para a operação atual, dando prioridade para a manutenção do status quo em detrimento dos projetos de média e longa duração
8 – Criar processos burocráticos com vários níveis de aprovação para as novas ideias
9 – A aprovação dos projetos de inovação está vinculada ao resultado no curto prazo
10 – Centralizar a inovação a um único departamento
11 – Valorizar o conceito de time que está ganhando não se mexe….
12 – Reforçar a cultura do MINDSET FIXO para obter resultados rápidos e melhores em detrimento do MINDSET DE CRESCIMENTO que busca novos aprendizados para a recriar continuamente o negócio.
Esta lista tem alguma coisa parecida com a sua empresa atual?
Por que tantas empresas desejam criar culturas inovadoras e, de alguma forma, acabam criando o oposto do que pretendem?
Achei interessante um artigo que li recentemente do Jake Wilder que coloca as barreiras da inovação centradas nos GESTORES!!! E alguns dos fatores que o Jake Wilder menciona são:
1 – Bons gestores estão focados nos consumidores ATUAIS. O LEMA DOS BONS GESTORES É : Para obter resultados é preciso ter foco nas necessidade dos clientes. Porém, Clientes ATUAIS!!! Antes dos gestores decidirem investir em uma nova tecnologia ou uma nova solução, eles consideram em primeiro lugar seus consumidores e perguntam: Será que eles querem isso? Será que será rentável? Qual é o tamanho do mercado potencial? Quanto mais perguntas desta natureza os gestores fizerem, maior o alinhamento com os os interesses e necessidades dos consumidores ATUAIS. E as pesquisas e resultados demonstram que dedicar só alinhado com o negócio atual maior a probabilidade de pensar somente nas melhorias incrementais. Elas são importantes!! Ninguém está dizendo que não são! Mas as melhorias já não são suficientes para levar a empresa para o próxima patamar de longevidade.
Para pensar em inovações – do tipo 10x – transformacionais – é preciso incentivar e gerar perspectivas completamente novas. É preciso dar mais gás no mindset de crescimento. Não é focando somente nas necessidade dos clientes atuais que a empresa inova. Ou seja, parafraseando Henry Ford….
Os processos organizacionais que mantêm os negócios funcionando são projetados especificamente para alinhar processos às necessidades atuais do cliente. Como se o negócio atual tivesse chances de permanecer lucrativo e crescendo por mais cem anos do mesmo jeito que ele está hoje!!
A mudança de MINDSET organizacional é fundamental para mudar o entendimento das mudanças que estão acontecendo do lado de fora da empresa e que estão mudando rapidamente a natureza de qualquer tipo de negócio. Inovação transformacional nem sempre é lucrativa no curto prazo, porém, se ela não existir não haverá futuro para o negócio. Outro ponto que precisa ser revisto é entender que os clientes no futuro poderão ser diferentes ou poderão ter outras necessidades. É preciso antecipar… antever o futuro. E entender que os clientes de hoje poderão não existir amanhã!
E para fazer isso, você precisa separar isso dos negócios tradicionais Criar o que se chama de ambidestria organizacional. Ter equipes que gerem o dia-a-dia e que continuam focados nos clientes atuais e ter equipes – separadas, menores, dedicadas – a pensarem na inovação transformacional. Estas equipes dedicadas na maioria das vezes são pessoas que trabalham preferencialmente com um mindset de crescimento. Correm risco, sabem ligar informações e conhecimentos de universos e campos diferentes para gerar novas soluções. Trabalham em redes e envolvem o eco-sistema na busca de soluções totalmente novas para desafios que irão acontecer.
Gestores tradicionais – sem julgamento de valor – estão habituados a tomarem decisões importantes para obterem resultados para o negócio atual. Por exemplo, se perguntasse para um gestor tradicional qual seria a escolha estratégica entre estas duas opções abaixo, o que você imagina que seria a resposta?
Opção A: Resultado de um milhão de dólares no final do ano sem risco.
Opção B: Resultado de bilhão de dólares com risco de um em cem.
O Dr. Astro Teller, Capitão da Moonshots (CEO) da fábrica de moonshot da Alphabet, fez esta mesma pergunta aos seus colaboradores. A maioria dos colaboradores escolheu arriscar e buscar o resultado de um bilhão de dólares. No entanto, quando a mesma pergunta foi feita para os gestores, a maioria deles disse que não – pois preferem resultados seguros.
Uma conclusão e uma pergunta. Será que as pessoas querem correr riscos? Querem que a inovação aconteça em larga escala? Eu acredito que sim!!! Ter empregabilidade em todos os níveis está associado com a inovação. Mas então por que somente os gestores estão restringindo a inovação nas empresas?
Enquanto as empresas não mudarem o seu MINDSET e entenderem que futuro é sinônimo de sobrevivência e ele só irá acontecer quando todos estiverem sintonizados com o aprendizado contínuo e a transformação contínua. Se não houver agilidade, colaboração e inovação em todos os níveis da empresa não haverá o futuro. A primeira ação necessária e imprescindível é a mudança de MINDSET que começa com o gestor. Só então a INOVAÇÃO poderá florescer.