IMAGINAR NEWSLETTER: Primeiros princípios

Recentemente trabalhando em um programa de mestrado Neurociência para Tomada de Decisão – programa desenhado para a Universidade Nova – NBE – em Portugal me deparei com esta forma socrática para resolver problemas complexos.

Super interessante…. especialmente porque é simples!!!

O texto abaixo em grande parte foi extraído da newsletter da Thinking Box.

A estratégia dos primeiros princípios foi aplicada por grandes nomes ao longo da história, como o inventor Johannes Gutenberg, o estrategista militar John Boyd, o célebre Henry Ford e até mesmo o filósofo Aristóteles.

Atualmente, um dos maiores expoentes deste princípio é nada mais nada menos que Elon Musk, o icônico CEO da Tesla e fundador da SpaceX.

O pensamento dos primeiros princípios é o ato de resumir um processo até as partes fundamentais que sabemos que são verdadeiras. Mais de 2.000 anos atrás, Aristóteles definiu um primeiro princípio como “a primeira base a partir da qual uma coisa é conhecida”. Podemos dizer que é uma maneira mais elegante de pensar como um cientista. Eles não assumem nada, geralmente começam com perguntas como “o que temos certeza absoluta de que é verdade? O que foi comprovado?

Um exemplo citado pelo autor foi a criação da mala de viagem.

Um dos principais obstáculos ao pensamento dos primeiros princípios é a nossa tendência de otimizar a forma e não a função. A história da mala (produto) nos fornece um insight sobre isso, conforme contada por Alan Martins no Mentaldix.

Na Roma antiga, os soldados usavam sacolas e bolsas de couro para transportar comida. Ao mesmo tempo, os romanos tinham muitos veículos com rodas como carruagens e vagões. E, no entanto, por milhares de anos, ninguém pensou em combinar a bolsa e a roda. A primeira mala rolante não foi inventada até 1970, quando Bernard Sadow estava carregando sua bagagem em um aeroporto e se inspirou ao ver um trabalhador rolando uma máquina pesada em um patim com rodas.

Ao longo dos anos 1800 e 1900, as bolsas de couro eram especializadas para usos particulares – mochilas para escola, mochilas para caminhadas, malas para viagem. Zíperes foram adicionados às sacolas em 1938. Mochilas de nylon foram vendidas pela primeira vez em 1967. Apesar dessas melhorias, a forma da bolsa permaneceu praticamente a mesma. Os inovadores passaram o tempo todo fazendo pequenas iterações sobre o mesmo tema.

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Como usar a técnica do primeiros princípios:

Imagine que você tem três coisas:

  1.  Uma lancha com um esquiador atrás dela
  2.  Um tanque militar
  3.  Uma bicicleta

Dividindo esses itens em suas partes constituintes:

• Lancha: motor, o casco de um barco e um par de esquis.

• Tanque: esteiras de metal, placas de armadura de aço e uma arma.

• Bicicleta: guidão, rodas, engrenagens e um assento.

O que você pode criar a partir dessas partes individuais?

Uma opção é fazer um snowmobile combinando o guidão e o assento da bicicleta, os degraus de metal do tanque e o motor e os esquis do barco.

Este é o processo de dividir uma situação em partes principais e, em seguida, reuni-las de uma maneira mais eficaz.

Desconstruir para reconstruir.

Sócrates já usava perguntas para ajudá-lo a pensar diferente:

  1. Por que eu acho isso? O que exatamente eu acho?
  2. Como posso saber se isso é verdade? E se eu pensasse o contrário?
  3. Quais as evidências que tenho? Quais são as fontes?
  4. Quais as alternativas? O que os outros podem pensar? Como posso saber se estou certo?
  5. Como examinar consequências e implicações? E se eu estiver errado? Quais são as consequências se eu estiver?
  6. Por que pensei isso? Estava correto? Que conclusões posso tirar do processo de raciocínio?

E como podemos fazer isso na prática?

A Estrategista de Comportamento para negócios Jennifer Clinehens descreve um exemplo real em artigo no Medium, que nos ajuda a entender como podemos fazer isso no dia a dia.

Problema: A Van Moof  fabricante de bicicletas na Holanda estava recebendo reclamações de muitos clientes pois estavam recebendo suas bicicletas danificadas

1 – divida o problema por partes:

• Clientes: quais características nossos clientes reclamantes compartilham?

Feedback do produto: com quais produtos esses clientes estão insatisfeitos e por quê?

Experiência do cliente: como nossos produtos são construídos, vendidos e entregues aos clientes?

2 – Comece a se aprofundar em cada uma dessas partes fundamentais. Faça perguntas para decompor as informações que você supõe serem verdadeiras (e comparadas a fatos prováveis), aprofunde algumas camadas nessas áreas e conduza-o para a formulação de seus primeiros princípios.

Clientes: quem são os clientes que reclamam? Eles estão encomendando principalmente bicicletas ou acessórios? Todos eles estão recebendo o mesmo tipo de bicicleta, moram na mesma área, estão gastando mais do que o cliente médio?

Quando você olha os dados, descobre que seus clientes locais na Holanda não estavam reclamando – eles adoram suas bicicletas. Parece que a maioria das reclamações vem dos Estados Unidos. Interessante!

Será que os clientes americanos tendem a reclamar mais ou têm padrões de produto mais elevados? Nosso parceiro de remessa dos EUA não é tão cuidadoso com os produtos quanto gostaríamos?

Feedback do produto: por que os clientes estão reclamando? Depois de mais investigações, descobriu-se que as bicicletas são de boa qualidade, mas continuam chegando quebradas nas casas dos clientes. 1 em cada 4 de seus produtos são devolvidos porque foram danificados durante o transporte – isso está muito acima do padrão da indústria.

Experiência do cliente: o que acontece quando essas bicicletas são embaladas que as faz quebrarem? Após uma investigação interna e uma consulta com sua empresa de remessas, descobrimos que as bicicletas estão embaladas melhor do que o padrão da indústria. Mas o que o pessoal de entrega real faz? Eles estão maltratando suas caixas e causando quebras? Depois de observar alguns motoristas de entrega, você percebe que nem todas as caixas são tratadas da mesma forma – algumas rotuladas como “eletrônicos” ou “TV” são manuseadas com mais delicadeza.

Compare isso com as caixas de sua bicicleta, que não têm rótulos para indicar o que está dentro. Eles são deixados cair descuidadamente no chão ou jogados nas varandas da frente.

Quando você pergunta aos motoristas de entrega por que eles não estão manuseando as caixas das bicicletas com tanto cuidado quanto os televisores, eles dizem: “Como as TVs são mais quebráveis do que as bicicletas, temos que ser mais cuidadosos. Além disso, eles são caros e não quero ser acusado de quebrar um. ”

Agora você entende que a maioria das suas bicicletas está quebrada nos Estados Unidos porque não são manuseadas com tanta delicadeza quanto outros itens, como eletrônicos ou TVs de tela grande.

Mas e se, em vez de encontrar novas maneiras de embalar suas bicicletas, você aproveitasse como os motoristas de entrega já tratam os televisores e os eletrônicos?

Solução: é possível redesenhar as caixas de entrega de bicicletas para que pareçam caixas de televisão???

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