Imaginar Newsletter: Mundo Digital… precisa ter coragem
É preciso ter coragem no século 21!! O mundo ainda é jovem!
Aos 81 anos, Domenico de Masi (Ócio Criativo) , acaba de publicar um livro chamado “O mundo ainda é jovem”. No livro o Professor emérito de sociologia do trabalho na Università “La Sapienza” de Roma fala do mundo do século 21 e a necessidade de se ter coragem.
“Para se opor à arrogância, é necessária uma coragem inflexível; para educar a ignorância, é necessária coragem missionária; para erradicar a burocracia, precisamos de uma coragem irônica; administrar a democracia requer coragem organizada”
A tecnologia muda nosso senso de tempo e espaço. Se, com 18 séculos de diferença, Augusto e Napoleão quisessem cobrir a rota entre Roma e Paris, ambos teriam levado uma semana, pelo menos. Hoje, leva apenas algumas horas. Anos atrás, ninguém imaginaria que alguém poderia ir do centro do Rio para o centro de São Paulo em minutos; hoje, graças ao avião, isso é possível. Mas não há apenas o avião: há a ciência da computação com a qual o mundo inteiro está se transformando em uma única ágora, um único quadrado em que tele-aprendemos, tele-trabalhamos, tele-amamos, tele-divertimos. Além disso, o século 21 será marcado pela engenharia genética com a qual superaremos muitas doenças, pela inteligência artificial com a qual substituiremos muito trabalho intelectual, pelas nanotecnologias com as quais os objetos se relacionarão entre si e conosco, a partir das impressoras 3D, com as quais construiremos casa, objetos. Em breve, seremos capazes de produzir carne de frango e de porco sem matar animais, a partir de suas células. Duas empresas monopolizarão todas as sementes necessárias para a agricultura mundial.
Coragem é um conceito que reflete (reage ao) o medo. É a força necessária para acolher o diferente, domesticar o difícil, desvendar o complexo, decifrar o desconhecido. Para evitar astúcia, é necessária uma coragem sutil; para se opor à arrogância, é necessária uma coragem inflexível; para educar a ignorância, é necessária coragem missionária; seguir o líder requer coragem dedicada; para neutralizar a trivialidade, é necessária uma coragem refinada; para erradicar a burocracia, precisamos de uma coragem irônica; administrar a democracia requer coragem organizada; para ignorar a ofensa, precisamos de coragem magnânima.
Existe uma coragem que exige respeito: a nobreza do herói, o talento do artista, a grandeza do gênio, a segurança do cirurgião, o valor do profissional, a iniciativa empreendedora do empreendedor, a magnanimidade de quem perdoa.
Há uma coragem que desperta surpresa: a bravura do espadachim, a imprudência do andador na corda bamba, a segurança do dançarino, o sangue frio do ladrão, a abnegação do socorrista, a visão do conhecedor, a extravagância do dândi, a negociação imprudente do comerciante, o blefe calculado do jogador de pôquer.
Há uma coragem que exige prudência: a resolutividade do irresponsável, a engenhosidade dos autodidatas, a indiscrição do pedante, a indiscrição do pedante, a indiscrição do temerário, a irreverência dos indisciplinados, a arrogância dos eruditos, o orgulho dos primeiros da classe.
Há uma coragem que merece desprezo: a arrogância do padrinho, a presunção do incompetente, a arrogância dos mais fortes, a imprudência dos ignorantes, o insulto dos ímpios, a face do adulador, a grosseria dos rudes, a insolência do belo, a arrogância dos que chegaram, a arrogância dos eruditos.