Os Bancos irão desaparecer????
Fonte: IT Forum 365 Publicado em 15 de Dezembro de 2015 às 12h15
Enquanto os bancos tardam para inovar em seus modelos de negócios, empresas de TI e startups estão cada vez mais oferecendo serviços financeiros. Já há algumas provas disso: 10% da receita da Starbucks já vem de serviços financeiros móveis, a Amazon executa sua aplicação para receber pagamentos por meio de dispositivos móveis e o Facebook permite que seus usuários transfiram dinheiro para outros.
Tente imaginar como o mundo financeiro vai ser daqui alguns anos e se os bancos vão ser capazes de competir com empresas de TI. A lição que fica? Bancos devem abraçar a inovação para competir de novas maneiras. Veja abaixo seis previsões para o futuro dos bancos.
1. Cartões de crédito dão lugar a smartphones e chips embutidos
Chris Skinner, autor do livro Digital Bank, prevê que cartões de plástico vão desaparecer nos próximos dez anos. Eles serão substituídos por smartphones e chips de pagamento incorporados em roupas, relógios e outros objetos.
Em alguns países europeus, já é possível para clientes abastecerem seus carros usando apenas um smartphone. A aplicação bancária determina a localização do posto de gasolina e o motorista só tem de introduzir o número de dispensador de gasolina, a marca e a quantidade em litros.
O frentista insere uma mangueira de distribuição de gasolina no tanque e o fornecimento de combustível é iniciado automaticamente após o recebimento de dinheiro para a conta do posto de gasolina. Logo carros serão comprar gasolina sozinhos, interagindo com o software de estação de gás.
Skinner prevê uma economia baseada em chips e pagamentos on-line e o dinheiro será usado apenas por 30% das pessoas. No entanto, até mesmo países mais avançados não conseguiram erradicar completamente pagamentos em dinheiro. Por exemplo, na Suécia, o volume de pagamentos que não usa dinheiro atingiu a marca de 70%.
2. Agências bancárias serão showrooms
As principais funções de agências bancárias no século 20 foram focadas em transações em dinheiro. No século 21, grande parte das transações passou a ser feita on-line. Por que ficar na fila, se há uma aplicação móvel? No futuro, agências bancárias serão como showrooms, onde os clientes poderão aprender a usar os serviços bancários móveis e ter acesso a novos produtos.
Já existem bancos assim. O mBank, da Polónia, é um exemplo. Seus clientes podem fazer pagamentos via Facebook. Como resultado, 75% dos clientes existentes mudaram para a nova plataforma on-line. A Atom é outro exemplo de banco digital. A instituição financeira vai fornecer serviços exclusivamente por meio de aplicações móveis e vestíveis. Para abrir uma conta, um cliente precisará baixar o aplicativo móvel, cadastrar-se, selecionar o tipo de conta, apresentar uma foto de identificação e fornecer detalhes pessoais.
3. Cooperação com vendedores de bens e serviços
Bancos têm algo que Google, Facebook e dezenas de milhares de lojas on-line não têm: acesso aos cartões de crédito do usuário.
Assim, agências de viagem não sabem se seus clientes compraram um ticket para a Tailândia, enquanto uma joalheria não sabe se a esposa de seu cliente faz aniversário amanhã. Se vendedores têm acesso a essa informação, eles podem oferecer a venda de uma mala de viagem ao primeiro cliente e um colar para o segundo.
Os bancos têm todas essas informações, mas eles não podem compartilhar dados confidenciais abertamente. Assim, em breve, instituições financeiras vão ganhar dinheiro por meio da cooperação com empresas.
4. Entendimento do cliente
A tecnologia torna os bancos mais humanos. De acordo com Skinner, em breve eles vão reconhecer clientes e antecipar suas ações. Isso é o que nos espera no futuro: você vai postar no Facebook algo como: “Queria muito ir a um show do Metallica” e logo obter um comentário do banco: “Você pode comprar um ingresso. Encontramos um para você!”.
O banco do futuro terá muito mais informações do cliente do que hoje. As instituições financeiras vão saber a probabilidade de uma pessoa ser promovida, bem como se seu salário permanecerá estável ou até mesmo aumentar. As novas tecnologias vão ajudar a tomar decisões sobre a concessão de empréstimos automaticamente e individualmente para cada pessoa.
5. A Era das APIs
Cada banco possui diversos sistemas de software desenvolvidos por diferentes profissionais. Com o passar dos anos, a quantidade de códigos utilizados aumentou ao mesmo tempo que a inovação se tornou algo difícil de ser alcançado. A solução para esse problema pode ser a adoção de um único sistema que utiliza uma API e um core digital. Bancos precisam de APIs para criar seu próprio núcleo digital e para melhor interagir com os clientes.
Na Alemanha, por exemplo, já existe uma API comum, a qual os clientes podem usar com qualquer banco no país. Um sistema semelhante opera na Polônia: a autenticação em um banco permite a abertura de uma conta com outro.
De acordo com a Forbes, os bancos estão ativamente migrando para a nuvem. Instituições modernas estão cada dia mais parecidas com empresas e necessitam de centros de computação poderosos para suportar seus negócios.
6. Todos os cálculos serão baseados na nuvem
Os primeiros passos já foram dados: em 2013, o banco holandês DNB autorizou o uso da Amazon Web Services para um número de serviços bancários, incluindo sites, aplicações móveis, plataformas de varejo bancárias, computação de alta performance e análise de crédito.
Soluções em cloud são também utilizadas globalmente. Alguns exemplos estão o banco holandês Robeco, com ativos de US$ 8 bilhões, o sexto maior banco do mundo, o espanhol Bankinter, o australiano Suncorp, entre outros.
Então como serão os bancos do futuro? Ou eles deixarão de existir, ou se tornarão uma empresa de TI.