Ruptura nos modelos dos Bancos
Bancos terão de se reinventar para enfrentar concorrência das ‘fintechs’, dizem analistas
Em abril, quando enviou sua carta anual aos acionistas, o presidente do banco JP Morgan, Jamie Dimon, alertou para o que considera ser a maior ameaça hoje para setor bancário mundial — a entrada no mercado financeiro de startups e empresas de tecnologia, as chamadas “fintechs”. “O Vale do Silício está chegando”, advertiu ele, destacando a chegada de centenas de startups, “com um monte de cérebros e dinheiro, e várias alternativas de serviços ao sistema bancário tradicional”.
A carta de Dimon fez soar o alarme também entre os bancos rivais do JP Morgan, que enfrentam uma concorrência cada vez maior de empresas que oferecem operações de pagamento online, serviços de investimento de carteira, concessão de empréstimos via web, processamento de pagamentos com moeda eletrônica (bitcoin), entre outros serviços.
“O maior desafio hoje para os bancos é ser relevantes para os clientes, por isso precisam investir na inovação tecnológica para melhorar a experiência dos clientes, a chamada user experience”, ressalta Maurício Minas, vice-presidente executivo do Bradesco, ao comentar sobre a chegada das fintechs. O foco no conceito de user experience, na opinião dele, é imprescindível para os bancos inovarem, uma vez que o setor financeiro, principalmente no Brasil, é extremamente regulado e terá de concorrer com as empresas de tecnologia que não têm nenhum tipo de amarra.
Experiência renovada
Os clientes dos bancos hoje querem coisas diferentes como as que vêm oferecendo as fintechs, tais como os serviços de pagamento móvel, como o Apple Pay, Google Wallet e Current-C, que deve ser lançando em breve nos EUA pelo gigante do varejo Walmart. A próxima batalha no mercado financeiro será para ver quem vai dominar o segmento de pagamento móvel (ou mobile payment). “E será uma disputa com empresas baseadas em plataformas de software, que nem sequer agências físicas têm”, alerta. O banco no futuro terá como base a mobilidade, a segurança, big data, em um ambiente otimizado de cloud computing”. “Os bancos estão deixando de ser transacionais, ou seja, apoiados na oferta de produtos, e se tornando cada vez mais digitais e voltados para o conhecimento, que nada mais é que concentrar o foco no cliente.”