IMAGINAR NEWSLETTER: Fazendo a INOVAÇÃO acontecer

Falar de inovação é sempre muito mais fácil do que torná-la um processo sistêmico na empresa. Os modelos tradicionais que vieram do século passado eram lineares, centrados em pequenas equipes (P&D) e eram uni-direcionais. Ou seja,  a empresa criava o que ela achava que o consumidor queria e empurrava para o mercado o seu produto, serviço, tecnologia ou processo. Com a virada do século, este processo foi catapultado com a conectividade. Hoje, quem decido o que usar, quando e onde comprar é o consumidor. As empresas para sobreviverem estão tendo que criar novos processos  para endereçar rapidamente a constante e intensa mudança de hábito dos consumidores. Que são muito mais exigentes, mais demandantes e compram experiência pelo menor preço e de qualquer lugar o planeta.

Nem sempre esta tarefa de inovar é fácil! Existe um glamour na palavra e no processo. Mas o que de fato acontece é um grande desafio na hora de fazer a inovação acontecer. Algumas empresas chegam até mesmo a desistir e alegam que inovação é feita em laboratórios e não em times multifuncionais. Outras empresas se gabam de estarem inovando, porém o que se percebe é que elas estão só melhorando aquilo que sempre fizeram. Mas a tarefa mais complicada fica para aqueles rebeldes inovadores que entram nas empresas tradicionais com a intenção de fazer a mudança, e descobrem que o desafio é mais difícil do que imaginam.  Este artigo está endereçado principalmente para aqueles que querem achar um caminho para fazer a inovação acontecer….

Antes de entrar na discussão de estratégicas de como fazer , é bom listar alguns gargalos ainda presentes na maioria das organizações pelas quais tenho prestado consultoria nos últimos 5 anos.

1- Dificuldade de se entender problemas complexos. O mindset da organização ainda busca a solução de problemas identificando as suas causas como se elas fossem lineares ( todo efeito tem uma causa). A maior parte dos desafios atuais são complexos. Podem ter mais de uma causa, e normalmente estão interligadas.

2 – Falta de informações relevantes sobre o mercado. Normalmente é a ponta da cadeia de valor que detêm as informações sobre consumo. Para inovar é necessário entender o que está acontecendo no mercado, identificar gaps, testar soluções e co-criar. O desafio é como obter os dados sobre o mercado de consumo rapidamente.

3 – A linearidade dos processo operacionais. A departamentalização e as hierarquias são inibidoras de inovação. Os silos funcionais reforçam a homogeneidade dos times. Todos estes fatores precisam ser endereçados para que times multifuncionais com mais autonomia possam ter espaço para inovar.

4 – A mensuração de resultados dos desafios que para serem resolvidos precisam envolver mais de um departamento ou mais de uma unidade de negócio.

Talvez você até ache que INOVAÇÃO não deve fazer parte dos objetivos da sua empresa. Ou, até pode concluir que o design thinking  ou SCRUM como metodologias para criar ou desenvolver  não funcionam na sua organização ou setor. E,  a inovação que parecia divertida, não é nada daquilo que se fala . Antes de desistir… quem sabe você poderia testar algumas das iniciativas abaixo.

 

1 – Mais execução e menos falação!

No mundo executivo “vender” uma ideia é um pr.ocesso que pode ser burocrático, demorado, e que requer inúmeros power-points e KPI’s. No mundo da inovação, mais importante é testar com o seu consumidor um protótipo (simples)  para engajá-lo na co-criação. Começa com ideias que estejam dentro do seu escopo e do seu departamento. À medida que voce for ganhando confiança, vai expandindo a atuação, envolvendo times diferentes e departamentos ou unidades de negócio diferentes. Execute rápido para aprender rápido.

 

Os neurocientistas descobriram que prática é a melhor maneira de mudar o mindset de alguém. Mostre iniciativa conversando com os clientes, discutindo para parceiros e contrate talentos externos para acelerar o desenvolvimento. Você provavelmente ainda precisa produzir um power point, porém com dados e feedbacks mais tangíveis do comportamento dos clientes.

2 – Ganhe MOMENTUM

Momentum na física quando dois objetos colidem existe a troca de  momentum de um objeto para outro. Ou seja, o objeto que sofre a colisão muda a sua rota. E a definição de momentum é a multiplicação da massa do objeto pela velocidade. Em uma organização, quando alguém gera momentum, ou um impulso este momentum acaba sendo transferido para outras pessoas.

Nas grandes organizações o segredo é evitar a analysis-paralysis. Comece com novas ideias dentro da sua área de responsabilidade. Cada nova ideia implantada gere momentum para a sua equipe. Os pequenos ganhos (small wins) segundo Teresa Amabile geram o princípio do progresso. A inovação corporativa nao precisa de um grande laboratório, ou de grandes investimentos. Precisa de um sucesso para você pode usar essa vitória para ampliar e ajudar mais equipes.

3 – Seja um Rebelde com causa!!!

No processo de desafiar o status-quo, a palavra NÃO será ouvida inúmeras vezes. A negativa não é pessoal. Faz parte da cultura e dos processos que são lentos na mudança e pouco flexíveis.

Você precisará a aprender a jogar nos dois lados: entender as limitações ao mesmo tempo que identifica caminhos para empurrar novas ideias. Isso significa entender os valores, seguir os principais comportamentos, cuidar dos KPIs, hierarquia e política, ao mesmo tempo que identifica os gaps e os possíveis apoiadores da sua ideia. Seja curioso, faça perguntas e aprenda como a organização opera. Por que estamos fazendo coisas assim? Poderia haver outra maneira melhor? Desafie constantemente como as coisas funcionam, sem o medo de parecer burro, experimente seu caminho para o sucesso. Ao experimentar e aprender a inovar na organização, você pode criar um conjunto de práticas personalizadas para a cultura da sua organização. Seja um rebelde COM CAUSA!!!

4 – Ache um patrocinador 

Sem o apoio de alguém que está hierarquicamente acima do seu nível você terá muitas barreiras.  Ganhe momentum encontrando o seu primeiro patrocinador – que precisará ter credibilidade organizacional suficiente para ser levado a sério; caso contrário, você estará remando contra a maré e limitando o seu potencial para para futuros investimentos / iniciativas. O patrocinador certo poderá vender a a sua ideia, mostrar o caminho e remover impedimentos.


O segredo é alinhar o seu problema e a solução proposta com os desafios do patrocinador. Talvez a primeira pergunta que você deve fazer é identificar quem sofre os maiores impactos com o problema que você quer resolver?

5 – Forme um time diverso e comprometido

Você precisa de um time de mindset de crescimento que seja capaz de  tomar decisões rápidas e inteligentes. Treine para uma mentalidade ágil e enxuta. Dê autonomia e mensure os resultados do progresso no aprendizado, na construção da solução e da colaboração.


Se você não possui recursos internos ou competências suficientes, contrate fora. Seu time não precisa conhecer todas as ferramentas, telas, etc., mas deve ter o mindset de crescimento  para solucionar obstáculos, não desistir, questionar o status quo,  a falhar, aprender e solucionar rapidamente e pelo menor custo. Considere contratar um coaching por um período para ajudar a sua equipe na processo de ambidestria: desenvolver o novo enquanto entrega as atividade de performance da sua área.

resumo: Ação + Momentum + Patrocinador = inovação

Algumas ideias deste artigo foram extraídas do blog The startup