IMAGINAR NEWLETTER: COMO MELHORAR SUA MEMÓRIA
No mundo que vivemos, informação e conhecimento estão alterando a natureza daquilo que conhecemos. São milhares de informações por segundo atualizadas pelos cliques do bilhões de celulares interconectados. O mundo acontece a cada segundo. Basta abrir o Twitter ou Instagran, ou qualquer rede social, que você saberá o que está acontecendo AGORA. Quem está na ativa e quer continuar na ativa, ou almeja atingir novos patamares, sabe que o sucesso é amplamente baseado no que você sabe. Saber pode te aproximar ou te afastar dos seus objetivos de vida. Mas como garantir que estas milhões de informações processadas poderão ser usadas quando for necessário?
Muitas pessoas querem aprender melhor e mais rapidamente, reter mais informações e poder aplicar esse conhecimento no momento certo. A realidade é que esquecemos mais do que aprendemos. No final do século XIX, Herman Ebbinghaus, psicólogo alemão, foi o primeiro a abordar sistematicamente a análise da memória. Ebbinghaus disse uma vez: “Com um número considerável de repetições, um espaçamento no tempo de um determinado aprendizado é decididamente mais vantajoso para retenção do que um conteúdo intensivo ao mesmo tempo”. O que Ebbinghaus queria dizer era que o esquecimento dependia de uma série de fatores tais como o grau de dificuldade do conteúdo a ser aprendido, os fatores fisiológicos como o estresse e o sono. Além disso, o cientista também identificou que o fator de esquecimento variava pouco entre as pessoas. E, concluiu que a retenção dependia de habilidades mnemônica de cada pessoa. Estas habilidades poderiam ser treinadas para minimizar as diferenças em parte, pois, a melhor forma de memorizar era: 1) aumentar as representações na memória aprendendo as técnicas mnemônicas, e 2) repetição, repetição, repetição, especialmente com espacejamento de tempo. A revisão do aprendizado nas 24 horas após a primeiro contato com o conteúdo reduz o nível de esquecimento. A curva de esquecimento de Ebbinghaus, explica o declínio da retenção de memória no tempo e contribuiu para o campo da ciência da memória, registrando como o cérebro armazena informações.
O esquecimento humano segue um padrão. De fato, pesquisas mostram que em apenas uma hora, se nada for feito com novas informações, a maioria das pessoas terá esquecido cerca de 50% do que aprendeu. Após 24 horas, esse valor aumenta para 70% e, se passar uma semana sem que essas informações sejam usadas, até 90% delas poderão ser perdidas.
Para melhorar a aquisição e retenção de conhecimento, novas informações devem ser consolidadas e armazenadas com segurança na memória de longo prazo.
De acordo com Robert Bjork, PhD, professor de psicologia cognitiva da UCLA que trabalhou em uma teoria do esquecimento junto com Piotr Wozniak, pesquisador polonês mais conhecido por seu trabalho no SuperMemo (um sistema de aprendizado baseado na repetição espaçada), a memória de longo prazo pode ser caracterizada por dois componentes: capacidade de recuperação e capacidade de armazenamento. A capacidade de recuperação mede a probabilidade de você se lembrar de algo agora ou saber o quanto esta memória esta perto da superfície da sua mente. A capacidade de armazenamento mede a profundidade da raiz da memória.
Se queremos que nosso aprendizado continue, precisamos fazer mais do que apenas ler um livro toda semana ou ouvir passivamente um audiolivro ou podcast. Em vez disso, releia os capítulos que você não compreendeu pela primeira vez, escreva ou pratique o que aprendeu na semana anterior antes de continuar no próximo capítulo ou lição ou faça anotações, ou busque práticas que funcionem para você. Se você está se esforçando para lembrar, volte nas suas anotações para consultar. Este esforço de se lembrar das informações passadas, consolida o novo conhecimento em sua mente.
Pesquisas indicam que quando uma memória é registrada pela primeira vez no cérebro – especificamente no hipocampo – ela ainda é “frágil” e facilmente esquecida. Além disso, nosso cérebro está constantemente gravando informações temporariamente para separar informações vitais da confusão – trechos de conversas que você ouve no caminho para o trabalho, coisas que vê, o que a pessoa à sua frente estava usando, discussões no trabalho etc. o cérebro descarta tudo o que não é necessário o mais rápido possível para abrir caminho para novas informações. Se você quiser se lembrar ou usar novas informações no futuro, precisará deliberadamente armazená-las em sua memória de longo prazo.
Armazenar conhecimento na memória de longo-prazo se chama CODIFICAÇÃO. Sem a codificação adequada, não há nada para armazenar e as tentativas de recuperar a memória posteriormente falharão. Em um relatório da Universidade de Waterloo que analisa como esquecemos, os autores argumentam que, quando você se lembra deliberadamente de algo que aprendeu ou viu há pouco tempo, aumenta a intensidade de determinados hormônios no hipocampo, sinalizando para esta área do cérebro que a informação é importante. Quando a mesma informação é repetida, seu cérebro diz: ‘Ah, aí está novamente, é melhor eu manter isso.’ Quando você é exposto à mesma informação repetidamente, leva cada vez menos tempo para ‘ativar’ as informações na memória de longo prazo e fica mais fácil recuperar as informações quando você precisar. ”
Algumas técnicas para melhorar o grau de aprendizado e retenção:
1 – A repetição espaçada
Para estudar para uma prova aguardada a melhor forma de reter as informações é aprender um pouquinho sobre a matéria todos os dias. De preferência, revendo o que estudou anteriormente sempre que for estudar novamente. A repetição espaçada aproveita um fenômeno da memória que diz que o cérebro retém melhor as informações quando separamos as informações ao longo do tempo. Aprender algo novo expulsa informações antigas, e é necessário tempo para permitir para que a nova conexão neural se solidifique.
2 – A regra 50/50
Dedique 50% do seu tempo para aprender algo novo e 50% para compartilhar ou explicar o que aprendeu para alguém ou seu público.Pesquisas mostram que explicar um conceito para outra pessoa é a melhor maneira de aprendê-lo. Por exemplo, em vez de concluir um livro, tente ler somente a metade e tente se recordar, compartilhar ou escrever as ideias principais antes de prosseguir. Ou melhor ainda, compartilhe esse novo conhecimento com alguém.
Você pode até aplicar a regra 50/50 a capítulos individuais, em vez de ao livro inteiro. Esse método de aprendizado funciona muito bem se você deseja reter a maior parte do que está aprendendo. O teste final do seu conhecimento é a sua capacidade de transferi-lo para outra pessoa.
3 – Demonstrações
Ao contrário de simplesmente ler ou ouvir uma explicação, as demonstrações práticas mostram como algo funciona e ajudam a visualizar o conceito ou o aprendizado. Ao aprender fotografia, design, falar em público, negociação ou uma nova tecnologia útil, assistir a vídeos instrutivos que demonstram o que você está tentando aprender pode melhorar sua taxa de retenção.
4 -Sono
Por fim, use o sono como uma ajuda poderosa entre as sessões de aprendizado. Dormir depois de aprender é uma parte crítica do processo de criação de memória e dormir antes de aprender fortalece sua capacidade. As pesquisas científicas mostram que os cochilos ajudam a reforçar as conexões neurais. Durante o sono são realizadas os processos de consolidação, que, uma vez acionados, permanecem eficazes mesmo que o sono seja interrompido logo após. Cochilos mais longos (mais de 60 minutos) também são ótimos para armazenar novas informações em nossa memória longo-prazo. Uma boa noite de sono é ainda melhor para recuperar a memória e pensar com clareza.
Quanto mais a mente é usada, mais robusta ela pode se tornar. Assumir o controle do armazenamento de informações não apenas ajudará a reter novas informações, mas também reforçará e aperfeiçoará o conhecimento que você já possui.