IBM faz inteligencia artificial com computação sem processador

A IBM está anunciando uma tecnologia na qual a empresa vem trabalhando há vários anos.  A empresa rodou um algoritmo de aprendizado de máquina sem supervisão em um milhão de células de memória de mudança de fase (PCM). Em comparação com os computadores clássicos de ponta,  esta tecnologia – ainda em fase de protótipo – produz ganhos de 200 vezes em velocidade de processamento e em eficiência energética, tornando a computação em memória altamente interessante tanto para sistemas de computação ultradensa, como nos centros de dados, e aplicações paralelas, como na inteligência artificial, como também para aparelhos de baixa potência, onde a duração das baterias é importante.

A equipe usou células de memória PCM feitas de uma liga de telureto de antimônio e germânio, semicondutores que são empilhados de forma intercalada entre dois eletrodos. Quando uma corrente elétrica é aplicada ao material, ele se aquece, o que altera seu estado de amorfo (com um arranjo atômico desordenado) para cristalino (com uma configuração atômica ordenada) – esta é a mudança de fase que dá nome à tecnologia.

A empresa alega que as leis de escalonamento da tecnologia CMOS estão se desintegram devido aos limites tecnológicos, portanto é necessário um abandono radical da dicotomia processador-memória para contornar as limitações dos computadores atuais.

Temporal correlation detection using computational phase-change memory – Abu Sebastian, Tomas Tuma, Nikolaos Papandreou, Manuel Le Gallo, Lukas Kull, Thomas Parnell, Evangelos Eleftheriou
Nature Communications Vol.: 8, Article number: 1115