O coração tem sido considerado a fonte da emoção, coragem e sabedoria por muito séculos. O efeito da atividade do coração nas funções cerebrais tem sido objeto de pesquisa nos últimos 40 anos. Nos últimos 25 anos as pesquisas exploraram os mecanismos fisiológicos pelos quais coração e cérebro comunicam e como a atividade do coração influencia a percepção, emoção, intuição e a saúde. O aprofundamento do entendimento da influência do coração no desempenho cerebral permitiram entender como o impacto das emoções relacionadas com o estresse afetavam a atividade do sistema nervoso autônomo (ANS) e o sistema imunológico e hormonal. As pesquisas usaram diferentes padrões de medidas como o eletrocardiograma (ECG), eletroencefalograma (EEG), pressão arterial (BP), níveis hormonais para identificar qual padrão seria mais consistente. Entretanto, foi a variabilidade do batimento cardíaco, conhecido como HRV é que demonstrou maior consistência e direcionamento para os desenvolvimentos futuros.
Diferentes padrões da atividade do coração decorrentes de diferentes estados emocionais têm efeitos distintos nas funções cognitivas e emocionais. Emoções estressantes tais como frustração, angústia, raiva, aumentam a desordem nos centros de processamento superior do cérebro e no sistema nervoso autônomo, influenciando por consequência, todos os sistemas do corpo humano. As observações demonstraram que o coração parecia ter um sistema próprio que influenciava significativamente como o ambiente era percebido pelas pessoas nas suas interações cotidiana. Era como se o coração afetasse a consciência a percepção e a inteligência humana. Hoje, estes conhecimentos estão consolidados e já se sabe como e porquê as atividades do coração afetam a atividades mentais, criatividade, equilíbrio emocional, intuição e a efetividade pessoal.
O coração tem funções muito mais complexas e primordiais que simplesmente bombear o sangue. Na verdade, o coração é um centro de processamento de informação, com seu próprio sistema nervoso, formado por aproximadamente 40 mil neurônios, que comunica e influencia o cérebro por meio de quatro grandes sistemas: neurológico (impulsos nervosos), bioquímico (via hormônios e neurotransmissores), biofísico (pulsação) e energético ( interações do campo eletromagnético). Durante períodos de estresse ou de emoções negativas, quando o ritmo cardíaco é desordenado, os sinais neurais correspondentes são enviados do coração para o cérebro inibindo as funções cognitivas de ordem superior – pensar, lembrar, aprender, raciocinar e decidir. Por outro lado, quando os padrões cardíacos são ordenados e estáveis, a influência no cérebro são opostas, facilitando e reforçando a estabilidade emocional positiva.
Um coração saudável não é como um metrônomo. As oscilações de um coração saudável são complexas e não-lineares. A frequência cardíaca é o número de batimentos cardíacos por minuto. A variabilidade da frequência cardíaca (HRV) é a flutuação nos intervalos de tempo entre batimentos cardíacos adjacentes como mostra a figura abaixo.
Na figura acima pode-se observar 3 batimentos cardíacos captados pelo eletrocardiograma (ECG) 70, 76 e 83 batidas por minuto (BPM). Esta variação ocorre devido a ação sinergética existente entre os dois ramos do sistema nervoso autônomo (ANS) : sistema simpático e o parassimpático. do sistema nervoso autônomo. Um nível ótimo de HRV está associado à saúde e auto-capacidade reguladora, adaptabilidade ou resiliência.
Em geral, o estresse emocional, incluindo as emoções como raiva, frustração e ansiedade impulsionam ritmos erráticos e irregulares no coração. O HRV apresenta um formato de onda desregulado com picos e vales desordenados. Os cientistas denominaram este tipo de formato como incoerente. Fisiologicamente, este padrão incoerente sinaliza a falta de balanceamento entre os sistemas simpático e parassimpático, ou seja os dois sistemas estão fora de sincronia. Em contraste, quando as emoções são positivas – alegria, contentamento e amor , o ritmo cardíaco é ordenado e harmonioso. Este tipo de padrão é denominado de coerência cardíaca. Os dois sistemas do ANS estão sincronizados ajudando o organismo a melhorar o seu funcionamento. Os gráficos abaixo ilustram os ritmos cardíacos de coerência e incoerência tipicamente observados quando as emoções são positivas ou negativas. Importante observar que nas duas figuras o número de variabilidade cardíaca (HRV) é o mesmo, porém o padrão do formato das ondas são diferentes.
O estado de coerência é caracterizado pela ordem e harmonia dos sistemas psicológicos (emocional e mental) e fisiológico (corpo). As pesquisa indicam que quando se acessa este estado os sistemas fisiológicos funcionam mais eficientemente e experimentamos maior estabilidade emocional com aumento da clareza mental e melhora dos processos cognitivos. É importante notar que o estado de coerência é distinto do estado adquirido nas práticas de relaxamento. No nível fisiológico, o relaxamento é caracterizado pela redução no fluxo do sistema nervoso autonômico (resulta em um HRV menor) com um aumento na atividade do sistema nervoso parassimpático. A coerência também está associada com um aumento na atividade do sistema parassimpático, porém o sistema oscila na sua frequência natural e com crescente sintonia entre sistema nervoso e a dinâmica entre coração e cérebro.
As práticas e ferramentas desenvolvidas pelo Instituto HeartMath, já permitem identificar o nível de estresse pessoal ou organizacional e implantar um processo de recuperação da coerência cardíaca pessoal e organizacional para atingir melhores níveis de desempenho pessoal e emocional.
Quer saber um pouco mais sobre este coerência cardíaca e como ela está ligada com o desempenho e a inovação?
https://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.png00solangehttps://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.pngsolange2019-09-04 07:26:262019-09-04 07:26:26Coerência cardíaca e a inovação
Neurologicamente temos uma capacidade cognitiva infinita. O sistema sensorial humano capta cerca de 11 milhões de bits de informação por segundo. Porém, somente 16 a 50 bits de informação se tornam consciente. Se tentássemos processar toda essa informação enviada pelo sistema sensorial conscientemente daríamos um curto-circuito no nosso cérebro. Por questões energética usamos preferencialmente as informações que já estão armazenadas. É como se o cérebro fosse uma máquina preditiva de curto-prazo. O que está armazenado é um recurso que não consome energia para ser usado. Desta maneira, posso rapidamente tomar uma decisão. Neste processo de predição contínua, que representa mais de 95% da forma como pensamos, fazemos um trade-offentre velocidade e precisão. Porém, estamos direcionando as milhares de decisões que tomamos a todo momento para a mente inconsciente, que responde automaticamente com o conhecimento já armazenado.
A psicologia tem estudado essas duas formas de pensamento há muitas décadas, avaliando o seu impacto nos comportamentos humanos. Kahneman (2011) adotou a nomenclatura que se referem a dois tipos de sistema: sistema 1 e sistema 2. O sistema 1 opera automaticamente e é rápido. Por essa razão, não requer esforço e não usa nenhum tipo de controle voluntário. Esse processamento tem capacidade ilimitada e usa muito pouca energia. É a nossa memória inconsciente. O sistema 2, por outro lado, precisa de atenção e requer esforço. As informações são processadas na nossa memória executiva, que é serial e consome muita energia. O sistema 1 fica ligado continuamente e gera respostas rápidas. Enquanto o sistema 2 é mais lento, consome energia e é acionado pelo sistema de atenção.
Para entender os sistemas 1 e 2, em ação é só se lembrar de quando começou a aprender a dirigir. No começo, você usou intensamente o seu sistema de atenção. Aprendeu a passar marchas, a acelerar, pisar no freio, controlar os pedais ao mesmo tempo que prestava atenção na rua, nos carros do seu lado, nos pedestres, nos sinais. Depois de alguns meses de prática, você já conseguia fazer algumas manobras automaticamente. Foi difícil até este ponto conversar com alguém do seu lado ou até mesmo prestar atenção em um música que tocava no rádio. Anos depois, o ato de dirigir se tornou automático. Nesta etapa é o sistema 1 que conduz por você, liberando-o para conversar ou pensar em qualquer outra coisa enquanto dirige. Se o aprendizado de aprender a dirigir foi prazeroso, este conjunto de informações armazenadas no seu inconsciente gerou uma crença agradável. Dirigir é uma delícia! Se a experiência foi dolorosa a crença gerada foi ruim. Tenho medo de dirigir!
Gosto de brincar com esses dois sistemas e costumo apelidá-los de Tico e Teco. Os dois esquilos do mundo Disney. O Teco é o esquilo atrapalhado. Vive correndo na frente do irmão Tico, faz tudo de maneira rápida e, na maioria das vezes, comete grandes trapalhadas. O Tico, é o mais calmo e vem sempre em auxílio do irmão. O Teco é o nosso sistema 1. O Tico, é o sistema 2, mais calmo, voluntário e entra em ação para socorrer o Teco quando ele precisa. O Tico sempre pode alterar o Teco, mas requer atenção. O sistema cerebral da atenção é compartilhado pelo Tico e pelo Teco. Para usá-lo, é necessário fazer esforço. O Teco usa a velocidade e o Tico usa a precisão que aciona o sistema de atenção e consome muita energia para processar informações.
Os avanços da neurociência têm aberto portas para entendermos o funcionamento do nosso cérebro, como também, desenvolver ferramentas que nos ajudam a conviver e superar o nosso Teco (inconsciente). Hoje, já se sabe que temos neuroplasticidade e neurogênesis. A primeira é a capacidade de gerar novos caminhos neurais, e a segunda é a capacidade de produzir novos neurônios. Estas duas capacidades indicam que podemos não só aprender continuamente como também, superar bloqueios mentais quer sejam emocionais ou físicos, criando novos caminhos neurais com intencionalidade, esforço e disciplina.
Desde 1991, o Instituto HeartMath, centro de pesquisa privado estuda mecanismo para trabalhar com a inteligência coração e cérebro. Enquanto o cérebro emite um campo elétrico com os pensamentos, o coração emite um campo eletromagnético maior que o do cérebro e que é capaz de captar antes do cérebro mudanças no ambiente. Portanto, é o coração que aciona o nosso Teco para que ele reaja rapidamente. O Instituto HeartMath desenvolve mecanismos e tecnologias capazes de guiar as pessoas para atingir o seu potencial emocional, físico e espiritual. Nos ajuda a controlar melhor as nossas reações (Teco) com o aumento da coerência cardíaca que nos ajuda na auto-regulação emocional. Quando se atinge a coerência cardíaca, somos capazes de fazer mudanças químicas no nosso cérebro. Este procedimento muda a nossa forma de pensar, sentir e agir. Este tema será aprofundado nos próximos posts.
Quer saber um pouco mais sobre neurociência e como ela está ligada com a inovação? Use um dos links abaixo
Link para o livro Desconstruindo o Mindset e Construindo Inovação: Usando a neurociência para alavancar resultados por ser uma escolha mais direta
https://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.png00solangehttps://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.pngsolange2019-08-21 19:45:442019-08-21 19:45:44Tico e Teco: como funciona o nosso cérebro
https://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.png00solangehttps://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.pngsolange2019-08-04 23:30:472019-08-04 23:30:47CONVITE LANÇAMENTO LIVRO
Neurologicamente temos uma capacidade cognitiva infinita. O sistema sensorial humano capta cerca de 11 milhões de bits de informação por segundo. Porém, somente 16 a 50 bits de informação se tornam consciente. Se tentássemos processar toda essa informação enviada pelo sistema sensorial conscientemente daríamos um curto-circuito no nosso cérebro. Por questões energética usamos preferencialmente as informações que já estão armazenadas. É como se o cérebro fosse uma máquina preditiva de curto-prazo. O que está armazenado é um recurso que não consome energia para ser usado. Desta maneira, posso rapidamente tomar uma decisão. Neste processo de predição contínua, que representa mais de 95% da forma como pensamos, fazemos um trade-offentre velocidade e precisão. Porém, estamos direcionando as milhares de decisões que tomamos a todo momento para a mente inconsciente, que responde automaticamente com o conhecimento já armazenado.
Chamamos de mindsetas crenças armazenadasno cérebro ao longo da vida. Cientificamente sabemos que a intensidade emocional define a longevidade de uma crença no nosso cérebro. E, as crenças emocionais negativas são as que mais perduram quando comparadas com as crenças emocionais positivas. Esta informação tem um significado importante quando estamos dentro do ambiente corporativo. Pois, estamos vivendo em um mundo em transformação. Cada dia mais não – linear. Os estímulos captados do ambiente estão sendo interpretados como incertos e inseguros. Acionando no nosso cérebros os mecanismos de sobrevivência que priorizam a velocidade e usam majoritariamente aquilo que já está armazenado – nossas crenças e aprendizados armazenados ao longo da vida. que fundamentalmente vieram do passado.
Na pesquisa com alunos de graduação de ciência da computação da UFMG foi testado o impacto do mindsetdos alunos na geração de projetos de inovação usando tecnologia de inteligência artificial. Os resultados desta pesquisa mostraram que os alunos que usam preferencialmente as informações já armazenadas no cérebro, entitulados de mindset fixo– tendem a gerar projetos de inovação incrementais. Ou seja, melhoram aquilo que já sabem, porém têm mais dificuldade de transformar conhecimento em projetos radicalmente mais inovadores. Entretanto, os projetos radicalmente inovadores foram gerados pelos alunos que desenvolveram predominante mindsetde crescimento.
Quer saber um pouco mais sobre este assunto e como ele pode impactar os resultados da inovação na sua empresa? Use um dos links abaixo
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https://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.png00solangehttps://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.pngsolange2019-07-30 23:01:022019-07-30 23:01:02Mindset para Inovação
https://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.png00fabianoferreirahttps://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.pngfabianoferreira2019-07-23 22:40:442019-07-23 22:40:44TUDO sobre MINDSET, com SOLANGE MATA MACHADO, PhD em INOVAÇÃO
https://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.png00fabianoferreirahttps://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.pngfabianoferreira2019-07-23 22:40:162019-07-23 22:40:16O que muda nas empresas no mundo exponencial?
O sistema CRISPR (do inglês Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats), tecnologia que permite aos pesquisadores alterar facilmente as sequencias de DNA e modificar a função genética.
CRISPR tem o potencial para se tornar uma força importante na ecologia e na conservação ambiental, especialmente quando combinada com outras ferramentas de biologia molecular. Como por exemplo, na criação de genes que retardem a disseminação de espécies invasoras como ervas daninhas. A identificação de genes responsáveis por um dado fenótipo de interesse é facilitada pelo sistema CRISPR/Cas9, devido a sua habilidade de alterar diferentes alvos, individualmente ou mesmo simultaneamente. A proteína Cas9 é uma enzima que corta DNA estranho. Aplicações baseadas em Cas9 na indústria agrícola e em setores da saúde humana encontram-se em crescimento acelerado.
Pesquisadores da Universidade de Chicago acabaram de usar o CRISPR para criar resistência genética em ratos para a cocaína. Depois de receberem o tratamento CRISPR, os ratos tiveram menor propensão para buscar a droga. Ou seja, os ratos se tornaram imunes a overdose de cocaína que poderia matá-los.
Esta pesquisa representa um grande progresso na biotecnologia. O avanço de CRISPR tem sido exponencial e este ano já foi editado o gem para erradicação da malária nos mosquitos transmissores. Mitigar os efeitos da cocaína será um poderoso instrumento para combater o vício da cocaína em pessoas. O uso desse sistema tem destaque especial na terapia de HIV através do bloqueio da proliferação do vírus assim como vem sendo amplamente estudada como ferramenta na cura de doenças genéticas como a falha genética causadora da catarata foi corrigida e a distrofia muscular.
As pesquisadoras que primeiramente desvendaram o mecanismo de funcionamento do sistema CRISPR, duas da Universidade da Califórnia em Berkeley, Jenifer Doudna e Jill Banfield, e a francesa Emmanuelle Charpentier, patentearam o sistema pensando no potencial para testes diagnósticos de vírus. Publicaram seus achados na Science em 2012, e seguiram-se uma enxurrada de premiações, milhões de dólares captados para as empresas de biotecnologia que fundaram e sua inclusão na lista das 100 pessoas mais influentes no mundo pela revista Time. Enquanto isso, a DuPont anuncia que alimentos editados com CRISPR estarão em nossas mesas em menos de cinco anos. Eles também patentearam usos do sistema para modificar sementes e probióticos.
Apesar do otimismo despertado pelo desenvolvimento na utilização desta nova ferramenta da biotecnologia, os riscos envolvidos na manipulação genética indiscriminada de organismos não devem ser minimizados em prol de interesses de mercado.
CRISPR tecnologia para editar o DNA
https://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.png00solangehttps://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.pngsolange2018-09-30 21:55:222018-09-30 21:55:22CRISPR biotecnologia de editar o DNA
Neurocientistas da Universidade Duke (EUA) identificaram um único tipo de neurônio no cérebro que serve como um “controlador mestre” dos nossos hábitos. Eles afirmam que a formação de um hábito aumenta a atividade dessa célula, e que desativá-la é suficiente para quebrar hábitos inúteis – ao menos em camundongos viciados em açúcar. Os cientistas dizem que esse “neurônio mestre” exerce seu controle através de uma rede de conexões com neurônios mais numerosos e associados com o comportamento associado a hábitos arraigados.
Se puder ser confirmado por outros pesquisadores, isto pode abrir o caminho para novos tratamentos para os vícios e para os comportamentos compulsivos em seres humanos.
Como o hábitos e vícios são formados?
O pesquisador Justin O’Hare, membro da equipe, treinou animais de laboratório saudáveis para receber um alimento saboroso sempre que pressionavam uma alavanca. Vários deles desenvolveram o hábito de pressionar a alavanca mesmo quando ela deixou de liberar o alimento e mesmo depois de terem tido a oportunidade de comer a quantidade que quisessem daquele alimento.
Foi identificada uma ativação, nos camundongos, em uma área profunda do cérebro chamada corpo estriado, que contém dois conjuntos de caminhos neurais: uma via “iniciar” (via direta), que incita uma ação, e uma via “pare” (via indireta), que inibe a ação. As duas vias mostraram–se mais fortes nos ratos com hábito. A formação do hábito também mudou a temporização relativa das duas rotas, fazendo a via “iniciar” disparar antes da via “parar”, levando à ação habitual.
Os pesquisadores encontraram a explicação para esse comportamento em um único tipo de neurônio raro no estriado, chamado interneurônio de disparo rápido (FSI: fast-spiking interneuron), que serve como um comando mestre para as mudanças generalizadas na atividade dos neurônios de saída.
“Compreender os mecanismos neurológicos subjacentes aos nossos hábitos pode inspirar novas maneiras de tratar essas condições.”
Fonte:Diário da Saúde 20/09/2017
https://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.png00solangehttps://imaginarsolutions.com.br/wp-content/uploads/2015/02/logo-wide.pngsolange2018-09-30 21:17:322018-09-30 21:17:32Quebra dos vícios cerebrais
Cientistas afirmam ter descoberto um possível biomarcador cerebral que poderá indicar se o aluno aprendeu o que foi ministrado durante o curso. A pesquisa foi feita com alunos de anatomia do primeiro ano de graduação. Foram medidas as respostas cerebrais dos alunos sobre o aprendizado de anatomia usando eletroencefalografia (EEG) antes de iniciar o curso, imediatamente após o curso e seis meses após a conclusão do curso.
“Descobrimos que um pico no componente positivo tardio (CPT) da onda cerebral está correlacionado com a capacidade de reter informações anatômicas a longo prazo,” disse a professora Katherine Turk, da Escola de Medicina da Universidade de Boston (EUA).
Esse biomarcador de ondas cerebrais poderá permitir que os educadores experimentem diferentes técnicas educacionais para melhorar o aprendizado de longa duração, medindo os resultados usando testes relacionados a eventos especiais de EEG (eletroencefalografia).
O sinal cerebral, se confirmado por estudos com uma população mais ampla, poderá permitir o desenvolvimento de técnicas para o ensino na sala de aula que produzam o maior CPT. O uso dessas técnicas de ensino comprovadas por biomarcadores poderia facilitar a educação que se poderá aproveitar por toda a vida, dizem os pesquisadores.
Os resultados foram publicados no Journal of Cognitive Neuroscience.
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coerência cardíaca
O coração tem sido considerado a fonte da emoção, coragem e sabedoria por muito séculos. O efeito da atividade do coração nas funções cerebrais tem sido objeto de pesquisa nos últimos 40 anos. Nos últimos 25 anos as pesquisas exploraram os mecanismos fisiológicos pelos quais coração e cérebro comunicam e como a atividade do coração influencia a percepção, emoção, intuição e a saúde. O aprofundamento do entendimento da influência do coração no desempenho cerebral permitiram entender como o impacto das emoções relacionadas com o estresse afetavam a atividade do sistema nervoso autônomo (ANS) e o sistema imunológico e hormonal. As pesquisas usaram diferentes padrões de medidas como o eletrocardiograma (ECG), eletroencefalograma (EEG), pressão arterial (BP), níveis hormonais para identificar qual padrão seria mais consistente. Entretanto, foi a variabilidade do batimento cardíaco, conhecido como HRV é que demonstrou maior consistência e direcionamento para os desenvolvimentos futuros.
Diferentes padrões da atividade do coração decorrentes de diferentes estados emocionais têm efeitos distintos nas funções cognitivas e emocionais. Emoções estressantes tais como frustração, angústia, raiva, aumentam a desordem nos centros de processamento superior do cérebro e no sistema nervoso autônomo, influenciando por consequência, todos os sistemas do corpo humano. As observações demonstraram que o coração parecia ter um sistema próprio que influenciava significativamente como o ambiente era percebido pelas pessoas nas suas interações cotidiana. Era como se o coração afetasse a consciência a percepção e a inteligência humana. Hoje, estes conhecimentos estão consolidados e já se sabe como e porquê as atividades do coração afetam a atividades mentais, criatividade, equilíbrio emocional, intuição e a efetividade pessoal.
O coração tem funções muito mais complexas e primordiais que simplesmente bombear o sangue. Na verdade, o coração é um centro de processamento de informação, com seu próprio sistema nervoso, formado por aproximadamente 40 mil neurônios, que comunica e influencia o cérebro por meio de quatro grandes sistemas: neurológico (impulsos nervosos), bioquímico (via hormônios e neurotransmissores), biofísico (pulsação) e energético ( interações do campo eletromagnético). Durante períodos de estresse ou de emoções negativas, quando o ritmo cardíaco é desordenado, os sinais neurais correspondentes são enviados do coração para o cérebro inibindo as funções cognitivas de ordem superior – pensar, lembrar, aprender, raciocinar e decidir. Por outro lado, quando os padrões cardíacos são ordenados e estáveis, a influência no cérebro são opostas, facilitando e reforçando a estabilidade emocional positiva.
Um coração saudável não é como um metrônomo. As oscilações de um coração saudável são complexas e não-lineares. A frequência cardíaca é o número de batimentos cardíacos por minuto. A variabilidade da frequência cardíaca (HRV) é a flutuação nos intervalos de tempo entre batimentos cardíacos adjacentes como mostra a figura abaixo.
Na figura acima pode-se observar 3 batimentos cardíacos captados pelo eletrocardiograma (ECG) 70, 76 e 83 batidas por minuto (BPM). Esta variação ocorre devido a ação sinergética existente entre os dois ramos do sistema nervoso autônomo (ANS) : sistema simpático e o parassimpático. do sistema nervoso autônomo. Um nível ótimo de HRV está associado à saúde e auto-capacidade reguladora, adaptabilidade ou resiliência.
Em geral, o estresse emocional, incluindo as emoções como raiva, frustração e ansiedade impulsionam ritmos erráticos e irregulares no coração. O HRV apresenta um formato de onda desregulado com picos e vales desordenados. Os cientistas denominaram este tipo de formato como incoerente. Fisiologicamente, este padrão incoerente sinaliza a falta de balanceamento entre os sistemas simpático e parassimpático, ou seja os dois sistemas estão fora de sincronia. Em contraste, quando as emoções são positivas – alegria, contentamento e amor , o ritmo cardíaco é ordenado e harmonioso. Este tipo de padrão é denominado de coerência cardíaca. Os dois sistemas do ANS estão sincronizados ajudando o organismo a melhorar o seu funcionamento. Os gráficos abaixo ilustram os ritmos cardíacos de coerência e incoerência tipicamente observados quando as emoções são positivas ou negativas. Importante observar que nas duas figuras o número de variabilidade cardíaca (HRV) é o mesmo, porém o padrão do formato das ondas são diferentes.
O estado de coerência é caracterizado pela ordem e harmonia dos sistemas psicológicos (emocional e mental) e fisiológico (corpo). As pesquisa indicam que quando se acessa este estado os sistemas fisiológicos funcionam mais eficientemente e experimentamos maior estabilidade emocional com aumento da clareza mental e melhora dos processos cognitivos. É importante notar que o estado de coerência é distinto do estado adquirido nas práticas de relaxamento. No nível fisiológico, o relaxamento é caracterizado pela redução no fluxo do sistema nervoso autonômico (resulta em um HRV menor) com um aumento na atividade do sistema nervoso parassimpático. A coerência também está associada com um aumento na atividade do sistema parassimpático, porém o sistema oscila na sua frequência natural e com crescente sintonia entre sistema nervoso e a dinâmica entre coração e cérebro.
As práticas e ferramentas desenvolvidas pelo Instituto HeartMath, já permitem identificar o nível de estresse pessoal ou organizacional e implantar um processo de recuperação da coerência cardíaca pessoal e organizacional para atingir melhores níveis de desempenho pessoal e emocional.
Quer saber um pouco mais sobre este coerência cardíaca e como ela está ligada com o desempenho e a inovação?
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Tico e Teco: como funciona o nosso cérebro
Neurologicamente temos uma capacidade cognitiva infinita. O sistema sensorial humano capta cerca de 11 milhões de bits de informação por segundo. Porém, somente 16 a 50 bits de informação se tornam consciente. Se tentássemos processar toda essa informação enviada pelo sistema sensorial conscientemente daríamos um curto-circuito no nosso cérebro. Por questões energética usamos preferencialmente as informações que já estão armazenadas. É como se o cérebro fosse uma máquina preditiva de curto-prazo. O que está armazenado é um recurso que não consome energia para ser usado. Desta maneira, posso rapidamente tomar uma decisão. Neste processo de predição contínua, que representa mais de 95% da forma como pensamos, fazemos um trade-offentre velocidade e precisão. Porém, estamos direcionando as milhares de decisões que tomamos a todo momento para a mente inconsciente, que responde automaticamente com o conhecimento já armazenado.
A psicologia tem estudado essas duas formas de pensamento há muitas décadas, avaliando o seu impacto nos comportamentos humanos. Kahneman (2011) adotou a nomenclatura que se referem a dois tipos de sistema: sistema 1 e sistema 2. O sistema 1 opera automaticamente e é rápido. Por essa razão, não requer esforço e não usa nenhum tipo de controle voluntário. Esse processamento tem capacidade ilimitada e usa muito pouca energia. É a nossa memória inconsciente. O sistema 2, por outro lado, precisa de atenção e requer esforço. As informações são processadas na nossa memória executiva, que é serial e consome muita energia. O sistema 1 fica ligado continuamente e gera respostas rápidas. Enquanto o sistema 2 é mais lento, consome energia e é acionado pelo sistema de atenção.
Para entender os sistemas 1 e 2, em ação é só se lembrar de quando começou a aprender a dirigir. No começo, você usou intensamente o seu sistema de atenção. Aprendeu a passar marchas, a acelerar, pisar no freio, controlar os pedais ao mesmo tempo que prestava atenção na rua, nos carros do seu lado, nos pedestres, nos sinais. Depois de alguns meses de prática, você já conseguia fazer algumas manobras automaticamente. Foi difícil até este ponto conversar com alguém do seu lado ou até mesmo prestar atenção em um música que tocava no rádio. Anos depois, o ato de dirigir se tornou automático. Nesta etapa é o sistema 1 que conduz por você, liberando-o para conversar ou pensar em qualquer outra coisa enquanto dirige. Se o aprendizado de aprender a dirigir foi prazeroso, este conjunto de informações armazenadas no seu inconsciente gerou uma crença agradável. Dirigir é uma delícia! Se a experiência foi dolorosa a crença gerada foi ruim. Tenho medo de dirigir!
Gosto de brincar com esses dois sistemas e costumo apelidá-los de Tico e Teco. Os dois esquilos do mundo Disney. O Teco é o esquilo atrapalhado. Vive correndo na frente do irmão Tico, faz tudo de maneira rápida e, na maioria das vezes, comete grandes trapalhadas. O Tico, é o mais calmo e vem sempre em auxílio do irmão. O Teco é o nosso sistema 1. O Tico, é o sistema 2, mais calmo, voluntário e entra em ação para socorrer o Teco quando ele precisa. O Tico sempre pode alterar o Teco, mas requer atenção. O sistema cerebral da atenção é compartilhado pelo Tico e pelo Teco. Para usá-lo, é necessário fazer esforço. O Teco usa a velocidade e o Tico usa a precisão que aciona o sistema de atenção e consome muita energia para processar informações.
Os avanços da neurociência têm aberto portas para entendermos o funcionamento do nosso cérebro, como também, desenvolver ferramentas que nos ajudam a conviver e superar o nosso Teco (inconsciente). Hoje, já se sabe que temos neuroplasticidade e neurogênesis. A primeira é a capacidade de gerar novos caminhos neurais, e a segunda é a capacidade de produzir novos neurônios. Estas duas capacidades indicam que podemos não só aprender continuamente como também, superar bloqueios mentais quer sejam emocionais ou físicos, criando novos caminhos neurais com intencionalidade, esforço e disciplina.
Desde 1991, o Instituto HeartMath, centro de pesquisa privado estuda mecanismo para trabalhar com a inteligência coração e cérebro. Enquanto o cérebro emite um campo elétrico com os pensamentos, o coração emite um campo eletromagnético maior que o do cérebro e que é capaz de captar antes do cérebro mudanças no ambiente. Portanto, é o coração que aciona o nosso Teco para que ele reaja rapidamente. O Instituto HeartMath desenvolve mecanismos e tecnologias capazes de guiar as pessoas para atingir o seu potencial emocional, físico e espiritual. Nos ajuda a controlar melhor as nossas reações (Teco) com o aumento da coerência cardíaca que nos ajuda na auto-regulação emocional. Quando se atinge a coerência cardíaca, somos capazes de fazer mudanças químicas no nosso cérebro. Este procedimento muda a nossa forma de pensar, sentir e agir. Este tema será aprofundado nos próximos posts.
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Mindset para Inovação
Neurologicamente temos uma capacidade cognitiva infinita. O sistema sensorial humano capta cerca de 11 milhões de bits de informação por segundo. Porém, somente 16 a 50 bits de informação se tornam consciente. Se tentássemos processar toda essa informação enviada pelo sistema sensorial conscientemente daríamos um curto-circuito no nosso cérebro. Por questões energética usamos preferencialmente as informações que já estão armazenadas. É como se o cérebro fosse uma máquina preditiva de curto-prazo. O que está armazenado é um recurso que não consome energia para ser usado. Desta maneira, posso rapidamente tomar uma decisão. Neste processo de predição contínua, que representa mais de 95% da forma como pensamos, fazemos um trade-offentre velocidade e precisão. Porém, estamos direcionando as milhares de decisões que tomamos a todo momento para a mente inconsciente, que responde automaticamente com o conhecimento já armazenado.
Chamamos de mindsetas crenças armazenadasno cérebro ao longo da vida. Cientificamente sabemos que a intensidade emocional define a longevidade de uma crença no nosso cérebro. E, as crenças emocionais negativas são as que mais perduram quando comparadas com as crenças emocionais positivas. Esta informação tem um significado importante quando estamos dentro do ambiente corporativo. Pois, estamos vivendo em um mundo em transformação. Cada dia mais não – linear. Os estímulos captados do ambiente estão sendo interpretados como incertos e inseguros. Acionando no nosso cérebros os mecanismos de sobrevivência que priorizam a velocidade e usam majoritariamente aquilo que já está armazenado – nossas crenças e aprendizados armazenados ao longo da vida. que fundamentalmente vieram do passado.
Na pesquisa com alunos de graduação de ciência da computação da UFMG foi testado o impacto do mindsetdos alunos na geração de projetos de inovação usando tecnologia de inteligência artificial. Os resultados desta pesquisa mostraram que os alunos que usam preferencialmente as informações já armazenadas no cérebro, entitulados de mindset fixo– tendem a gerar projetos de inovação incrementais. Ou seja, melhoram aquilo que já sabem, porém têm mais dificuldade de transformar conhecimento em projetos radicalmente mais inovadores. Entretanto, os projetos radicalmente inovadores foram gerados pelos alunos que desenvolveram predominante mindsetde crescimento.
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TUDO sobre MINDSET, com SOLANGE MATA MACHADO, PhD em INOVAÇÃO
O que muda nas empresas no mundo exponencial?
Mindset inovador como potencial criativo
CRISPR biotecnologia de editar o DNA
O sistema CRISPR (do inglês Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats), tecnologia que permite aos pesquisadores alterar facilmente as sequencias de DNA e modificar a função genética.
CRISPR tem o potencial para se tornar uma força importante na ecologia e na conservação ambiental, especialmente quando combinada com outras ferramentas de biologia molecular. Como por exemplo, na criação de genes que retardem a disseminação de espécies invasoras como ervas daninhas. A identificação de genes responsáveis por um dado fenótipo de interesse é facilitada pelo sistema CRISPR/Cas9, devido a sua habilidade de alterar diferentes alvos, individualmente ou mesmo simultaneamente. A proteína Cas9 é uma enzima que corta DNA estranho. Aplicações baseadas em Cas9 na indústria agrícola e em setores da saúde humana encontram-se em crescimento acelerado.
Pesquisadores da Universidade de Chicago acabaram de usar o CRISPR para criar resistência genética em ratos para a cocaína. Depois de receberem o tratamento CRISPR, os ratos tiveram menor propensão para buscar a droga. Ou seja, os ratos se tornaram imunes a overdose de cocaína que poderia matá-los.
Esta pesquisa representa um grande progresso na biotecnologia. O avanço de CRISPR tem sido exponencial e este ano já foi editado o gem para erradicação da malária nos mosquitos transmissores. Mitigar os efeitos da cocaína será um poderoso instrumento para combater o vício da cocaína em pessoas. O uso desse sistema tem destaque especial na terapia de HIV através do bloqueio da proliferação do vírus assim como vem sendo amplamente estudada como ferramenta na cura de doenças genéticas como a falha genética causadora da catarata foi corrigida e a distrofia muscular.
As pesquisadoras que primeiramente desvendaram o mecanismo de funcionamento do sistema CRISPR, duas da Universidade da Califórnia em Berkeley, Jenifer Doudna e Jill Banfield, e a francesa Emmanuelle Charpentier, patentearam o sistema pensando no potencial para testes diagnósticos de vírus. Publicaram seus achados na Science em 2012, e seguiram-se uma enxurrada de premiações, milhões de dólares captados para as empresas de biotecnologia que fundaram e sua inclusão na lista das 100 pessoas mais influentes no mundo pela revista Time. Enquanto isso, a DuPont anuncia que alimentos editados com CRISPR estarão em nossas mesas em menos de cinco anos. Eles também patentearam usos do sistema para modificar sementes e probióticos.
Apesar do otimismo despertado pelo desenvolvimento na utilização desta nova ferramenta da biotecnologia, os riscos envolvidos na manipulação genética indiscriminada de organismos não devem ser minimizados em prol de interesses de mercado.
CRISPR tecnologia para editar o DNA
Quebra dos vícios cerebrais
Neurocientistas da Universidade Duke (EUA) identificaram um único tipo de neurônio no cérebro que serve como um “controlador mestre” dos nossos hábitos. Eles afirmam que a formação de um hábito aumenta a atividade dessa célula, e que desativá-la é suficiente para quebrar hábitos inúteis – ao menos em camundongos viciados em açúcar. Os cientistas dizem que esse “neurônio mestre” exerce seu controle através de uma rede de conexões com neurônios mais numerosos e associados com o comportamento associado a hábitos arraigados.
Se puder ser confirmado por outros pesquisadores, isto pode abrir o caminho para novos tratamentos para os vícios e para os comportamentos compulsivos em seres humanos.
Como o hábitos e vícios são formados?
O pesquisador Justin O’Hare, membro da equipe, treinou animais de laboratório saudáveis para receber um alimento saboroso sempre que pressionavam uma alavanca. Vários deles desenvolveram o hábito de pressionar a alavanca mesmo quando ela deixou de liberar o alimento e mesmo depois de terem tido a oportunidade de comer a quantidade que quisessem daquele alimento.
Foi identificada uma ativação, nos camundongos, em uma área profunda do cérebro chamada corpo estriado, que contém dois conjuntos de caminhos neurais: uma via “iniciar” (via direta), que incita uma ação, e uma via “pare” (via indireta), que inibe a ação. As duas vias mostraram–se mais fortes nos ratos com hábito. A formação do hábito também mudou a temporização relativa das duas rotas, fazendo a via “iniciar” disparar antes da via “parar”, levando à ação habitual.
Os pesquisadores encontraram a explicação para esse comportamento em um único tipo de neurônio raro no estriado, chamado interneurônio de disparo rápido (FSI: fast-spiking interneuron), que serve como um comando mestre para as mudanças generalizadas na atividade dos neurônios de saída.
“Compreender os mecanismos neurológicos subjacentes aos nossos hábitos pode inspirar novas maneiras de tratar essas condições.”
Fonte:Diário da Saúde 20/09/2017
Sinal cerebral para reter informação
Aprender por toda a vida
Cientistas afirmam ter descoberto um possível biomarcador cerebral que poderá indicar se o aluno aprendeu o que foi ministrado durante o curso. A pesquisa foi feita com alunos de anatomia do primeiro ano de graduação. Foram medidas as respostas cerebrais dos alunos sobre o aprendizado de anatomia usando eletroencefalografia (EEG) antes de iniciar o curso, imediatamente após o curso e seis meses após a conclusão do curso.
“Descobrimos que um pico no componente positivo tardio (CPT) da onda cerebral está correlacionado com a capacidade de reter informações anatômicas a longo prazo,” disse a professora Katherine Turk, da Escola de Medicina da Universidade de Boston (EUA).
Esse biomarcador de ondas cerebrais poderá permitir que os educadores experimentem diferentes técnicas educacionais para melhorar o aprendizado de longa duração, medindo os resultados usando testes relacionados a eventos especiais de EEG (eletroencefalografia).
O sinal cerebral, se confirmado por estudos com uma população mais ampla, poderá permitir o desenvolvimento de técnicas para o ensino na sala de aula que produzam o maior CPT. O uso dessas técnicas de ensino comprovadas por biomarcadores poderia facilitar a educação que se poderá aproveitar por toda a vida, dizem os pesquisadores.
Os resultados foram publicados no Journal of Cognitive Neuroscience.
Mindset para o mundo exponencial