IMAGINAR NEWSLETTER: CV19 e dois avanços tecnológicos
O que a tecnologia e a intenção de centenas de milhares de cientistas e médicos estão fazendo ao redor do mundo merece a nossa total e irrestrita admiração. Dois exemplos de INOVAÇÃO que quebram processos tradicionais e testam caminhos não convencionais de desenvolvimento de medicamentos para combater um inimigo global.
VACINA A CAMINHO – Semana passada as primeiras doses da vacina experimental contra o CV19, desenvolvida pela Moderna Therapeutics, foram testadas em seres humanos. O desenvolvimento da vacina teve um tempo recorde de 63 dias e esta sendo testada em 3 dosagens diferentes para verificar qual delas produz o maior grau de imunidade.
“O processo de produção de uma vacina é complexo e passa por diversas etapas, que podem durar meses. As pesquisas, por sua vez, levam mais de 10 anos para serem concluídas. Cada vacina tem um método diferente de criação, tudo vai depender da tecnologia necessária. A vacina contra o Influenza — vírus causador da gripe — por exemplo, começa 18 meses antes da entrega da primeira dose da vacina e a fabricação leva cerca de 9 meses.
Enquanto processo de teste e aprovação da vacina prossegue a empresa está agora se preparando para escalar a produção em MILHÕES de frascos se os testes comprovarem que a vacina é segura e efetiva. Este processo de aceleração só foi possível porque a empresa modificou o uso tradicional de produção de medicamentos baseado no mRNA – que a forma do genoma do virus.
A plataforma tecnológica de mRNA se baseia em moléculas sintéticas de RNA mensageiro (mRNA) – que contêm as instruções para produção de alguma proteína reconhecível pelo sistema imunológico. A ideia é que a defesa do organismo reconheça essas proteínas artificiais para posteriormente identificar e combater o coronavírus real.
Quando os pacientes tomam a vacina, as células do sistema imunológico dos pacientes conseguem identificar e destruir o vírus. Este processo desenvolvido pelo Moderna fez um atalho inovador no processo de desenvolvimento possibilitando o avanço da vacina em tempo recorde.
TESTANDO SINTOMAS – Os produtores do ANEL OURA criado para acompanhar a qualidade do sono—estão fazendo uma parceria com UCSF Universidade da California e o hospital Zuckerberg de Sao Francisco para estudar se os dados fisiológicos coletados pelo anel Oura que tem sensores avançados (incluindo um acelerômetro, LEDs infravermelhos e um giroscópio), podendo rastrear sinais vitais, da temperatura corporal à freqüência cardíaca (FC), o tempo todo.
O estudo tem como objetivo construir um algoritmo para ajudar o UCSF a identificar padrões de início, progressão e recuperação para o COVID-19. O estudo TemSFredict da UCSF incluirá dois grupos: profissionais de saúde da linha de frente e a população em geral. O primeiro terá mais de 2.000 profissionais de saúde – médicos, enfermeiros e outros – que estão em contato diário com pacientes que podem ser afetados pelo COVID-19 dos campus da UCSF que receberão anéis Oura. Ao permitir que os profissionais de saúde rastreiem facilmente as mudanças de temperatura corporal, freqüência respiratória e freqüência cardíaca, eles estarão melhor equipados para entender os sinais precoces de infecção dentro do grupo e tomar as ações necessárias para coordenar melhor esse impulso sem precedentes para combater o COVID-19 .
Segundo grupo será aberto a todos os usuários do anel Oura que são mais de 150.000 usuários que irão compartilhar diariamente seus dados médicos, para que a UCSF possa desenvolver um algoritmo capaz de detectar precocemente os sintomas do vírus.